Desde 2019, o Brasil registrou 578 mortes provocadas por picadas de escorpião, tornando esse pequeno aracnídeo um dos animais mais perigosos do país. Apesar de seu tamanho modesto, o escorpião está entre os animais peçonhentos mais fatais e que mais preocupam as autoridades de saúde pública. Espécies como serpentes, aranhas e abelhas também representam um risco significativo, especialmente em áreas rurais e urbanas onde acidentes com esses animais são mais frequentes.
De acordo com o Ministério da Saúde, animais peçonhentos são responsáveis por uma série de acidentes que, dependendo da gravidade, podem resultar em morte, a menos que o atendimento médico seja rápido e eficaz. A vigilância epidemiológica ajuda a identificar as regiões com maior incidência desses acidentes e possibilita o planejamento de campanhas preventivas.
Escorpiões: Maior Causa de Acidentes, considerado um doa animais peçonhentos mais fatais
O escorpião, especialmente o Tityus serrulatus, conhecido como escorpião-amarelo, é o animal que causa o maior número de acidentes peçonhentos no Brasil. Em 2023, foram registrados 195.645 casos de picadas, resultando em 152 mortes. O estado de São Paulo lidera o ranking, com mais de 48 mil notificações de acidentes apenas este ano. Desde 2019, o número de incidentes com escorpiões ultrapassou 864 mil em todo o país, evidenciando a gravidade do problema.
Os sintomas mais comuns após a picada incluem dor intensa, seguida de suor excessivo, tremores, aumento da pressão arterial e, em casos mais graves, insuficiência cardíaca e edema pulmonar. Crianças são especialmente vulneráveis a complicações mais graves. Prevenção envolve medidas simples, como vedar frestas em paredes, manter áreas residenciais limpas e evitar acúmulo de lixo ou entulho, que podem servir de abrigo para esses aracnídeos.
Serpentes: Perigo em Áreas Rurais
Em 2023, o Ministério da Saúde contabilizou 31.725 acidentes com serpentes, resultando em 138 óbitos. O Pará é o estado com maior número de ocorrências, acumulando mais de 5 mil casos. A família Viperidae, que inclui as temidas jararacas, é responsável pela maioria das picadas. Outros tipos perigosos incluem cascavéis e corais-verdadeiras.
Para evitar acidentes, é essencial usar calçados de cano alto e luvas ao caminhar em áreas de mata ou próximas a rios. A manipulação descuidada de troncos e folhas secas pode resultar em picadas, muitas vezes com consequências graves se o tratamento não for rápido.
Abelhas: Pequenas, mas Letais
As abelhas, embora frequentemente vistas como inofensivas, foram responsáveis por 32.875 acidentes e 123 mortes em 2023. Algumas espécies, como as abelhas africanas, são particularmente agressivas. Um ataque em massa pode resultar em centenas de picadas, potencialmente letais devido à quantidade de toxinas injetadas.
O veneno de abelhas pode desencadear reações alérgicas graves, como choque anafilático, ou causar efeitos tóxicos em casos de múltiplas picadas. O melhor método de prevenção é evitar áreas próximas a colmeias e buscar abrigo rapidamente em caso de um ataque iminente.
Aranhas: Perigo Silencioso
Acidentes com aranhas resultaram em 43.119 notificações e 34 mortes no ano passado. Entre as espécies mais perigosas estão a aranha-marrom (Loxosceles), a aranha-armadeira (Phoneutria) e a viúva-negra (Latrodectus) Segundo o Ministério da Saúde, estão entre as consideradas “de importância em saúde pública”, pela potencial gravidade de sua picada. A picada pode variar de leve desconforto a sintomas mais graves, como dores musculares, náuseas e até mesmo alterações cardíacas.
Manter jardins e quintais limpos, evitar o acúmulo de entulho e sempre sacudir roupas e sapatos antes de usá-los são medidas essenciais para prevenir o contato com esses aracnídeos.
Lagartas: Acidentes Menos Comuns, mas Graves
Embora os acidentes com lagartas sejam menos frequentes, com 6.906 casos registrados em 2023 e quatro mortes, o veneno de certas espécies pode ser extremamente perigoso.
Uma das formas da metamorfose de mariposas e borboletas, a lagarta é capaz de queimar o alvo. Na maioria dos casos, os acidentes do tipo evoluem de forma positiva, mas as lagartas do gênero Lonomia podem, a partir do veneno liberado pelas cerdas urticantes, causar hemorragias na vítima. A dor geralmente é intensa e pode se espalhar do local da queimadura até outros membros do corpo.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil é o único país produtor do Soro Antilonômico, específico para o tratamento dos envenenamentos moderados e graves causados por lagartas do gênero
O uso de luvas e roupas adequadas durante a jardinagem ou colheita de frutas é recomendado para evitar acidentes com lagartas.
O Que Fazer em Caso de Picada por algum dos animais peçonhentos mais fatais?
Em caso de picada por animal peçonhento, é crucial lavar a área com água e sabão, evitar torniquetes e não aplicar substâncias como pomadas no local. Compressas mornas podem aliviar a dor até que o atendimento médico seja realizado. É importante buscar ajuda do SAMU (192) ou Corpo de Bombeiros (193) e, se possível, levar uma foto do animal para facilitar o diagnóstico.
O tratamento com soros específicos pode ser a chave para salvar vidas, e o Ministério da Saúde disponibiliza uma lista de hospitais de referência em todo o país para atender a esses casos.
Soros para tratamento de picadas de cobras, escorpiões, aranhas e lagartas estão disponíveis em hospitais de referência no Brasil; confira a lista de unidades
Acesse os hospitais de referência para atendimento de acidentes por animais peçonhentos.
Fonte: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/10/01/acidentes-animais-peconhentos.htm